O dia, cuja noção nasceu do contraste entre a luz solar e a escuridão da noite, é o elemento mais antigo e fundamental do calendário. A observação da periodicidade das fases lunares gerou a idéia de mês. E a repetição alternada das estações, que variavam de duas a seis, de acordo com os climas, deu origem ao conceito de ano, estabelecido em função das necessidades da agricultura. [leia mais, clicando em < expandir postagem >]
O ano é o período de tempo necessário para que a Terra faça um giro ao redor do Sol - cerca de 365 dias e seis horas. Esse número fracionário exige que se intercale dias periodicamente, a fim de fazer com que os calendários coincidam com as estações. No calendário gregoriano, usado na maior parte do mundo, um ano comum compreende 365 dias, mas a cada quatro anos há um ano de 366 dias - o chamado ano bissexto, em que o mês de fevereiro passa a ter 29 dias. São bissextos os anos cujo milésimo é divisível por quatro, com exceção dos anos de fim de século cujo milésimo não seja divisível por 400. Assim, por exemplo, o ano de 1.900 não é bissexto, ao contrário do ano 2.000.
Em astronomia, distinguem-se várias espécies de ano, com pequenas diferenças de duração. O ano trópico, também chamado de ano solar ou ano das estações, tem 365 dias, cinco horas, 48 minutos e 46 segundos. Compreende o tempo decorrido entre duas ocorrências sucessivas do equinócio vernal, ou seja, do momento em que o Sol aparentemente cruza o equador celeste na direção norte. Em virtude do fenômeno de precessão dos equinócios - causado por uma pequena oscilação na rotação terrestre - o ano trópico é mais curto que o ano sideral, que tem 365 dias, seis horas, nove minutos e dez segundos, tempo que o Sol leva para voltar ao mesmo ponto, em sua aparente trajetória anual. O ano anomalístico compreende o período de 365 dias, seis horas, 13 minutos e 53 segundos, entre duas passagens da Terra pelo periélio, ponto de sua órbita em que está mais próxima do Sol.
Dada a facilidade de observação das fases lunares, muitas sociedades estruturaram seus calendários de acordo com os movimentos da Lua. O ano lunar, de 12 meses sinódicos, correspondentes aos 12 ciclos da fase lunar, tem cerca de 364 dias. Conforme a escala de tempo seja baseada nos movimentos do Sol, da Lua, ou de ambos, o calendário será respectivamente solar, lunar ou lunissolar (Em sentido amplo, todo calendário é astronômico, variando apenas seu grau de exatidão matemática).
No calendário gregoriano (o que utilizamos), os anos começam a ser contados a partir do nascimento de Jesus Cristo, em função da data calculada, no ano 525 da era cristã, pelo historiador Dionísio, o Pequeno. Todavia, seus cálculos não estavam corretos, pois é mais provável que Jesus Cristo tenha nascido quatro ou cinco anos antes, no ano 749 da fundação de Roma (anno Urbis 1), e não no 753, como sugeriu Dionísio. Para a moderna historiografia, Jesus Cristo teria na verdade nascido no ano 4 a.C. ou 5 a.C.
ORIGEM DOS CALENDÁRIOS JULIANO E GREGORIANO
As origens do calendário juliano remontam ao antigo Egito. Foi estabelecido em Roma por Júlio César no ano 46 a.C. (708 da fundação de Roma). Adotou-se um ano solar de 365 dias, dividido em 12 meses de 29, 30 ou 31 dias. A diferença do calendário egípcio está no fato de se introduzirem os anos bissextos de 366 dias a cada quatro anos, de forma que o ano médio era de 365,25 dias. O esquema dos meses foi reformulado posteriormente para que o mês de agosto, assim nomeado em honra ao imperador Augusto, tivesse o mesmo número de dias que o mês de julho, cujo nome é uma homenagem a Julio César.
Como o ano trópico é de 365,2422 dias, com o passar dos anos se registra um adiantamento na data do equinócio da primavera. Caso fosse mantido o calendário juliano, haveria um adiantamento de seis meses no início das estações, num período de 20.200 anos. Para evitar o problema, o Concílio de Trento, reunido em 1563, recomendou ao papa a correção do inconveniente, que alteraria a data da Páscoa, em virtude dos ciclos de concordância das lunações com o ano solar.
Finalmente, em 1582, o papa Gregório XIII, aconselhado por astrônomos, em particular por Luigi Lílio, obteve o acordo dos principais soberanos católicos e, através da Bula Inter Gravissimas, de 24 de fevereiro, decretou a reforma do calendário, que passou, em sua homenagem, a chamar-se gregoriano, e é o mais perfeito utilizado até hoje.
Mesmo assim, apresenta algumas deficiências. Uma delas é a diferença com o ano trópico, que, aliás, não é importante para efeitos práticos. Mais relevante é a diferença na duração dos meses (28, 29, 30 ou 31 dias) e o fato de que a semana, que é utilizada quase universalmente como unidade de tempo de trabalho, não esteja integrada nos meses, de tal forma que o número de dias trabalhados durante um mês pode variar entre 24 e 27.
Além disso, nos países cristãos, a data em que se comemora a Páscoa é determinada por critério lunissolar, que pode acarretar variação de dias e consequentemente alterar atividades educacionais, comerciais, de turismo etc. Outro inconveniente é o de não existir um ano zero, o que obriga uma operação matemática estranha, para calcular a diferença em anos de um fato ocorrido antes do nascimento de Cristo, em comparação com outro, ocorrido na era cristã. Existem várias propostas para solucionar essas questões, nenhuma delas ainda adotada.
Apesar de representar um avanço, o Calendário Gregoriano demorou para ser aceito, principalmente em países não-católicos, por motivos sobretudo político-religiosos. Nas nações protestantes da Alemanha, foi adotado no decorrer dos séculos XVII (em poucos casos, antes de 1700) e XVIII (Prússia, 1775); na Dinamarca (incluindo então a Noruega), em 1700; na Suécia (com inclusão da Finlândia), em 1753. Nos cantões protestantes da Suíça, no princípio do século XVIII. Na Inglaterra e suas colônias, entre as quais os futuros Estados Unidos, em 1752. Nos países ortodoxos balcânicos, depois de 1914 (Bulgária, 1916, Romênia e Iugoslávia, 1919; Grécia, 1924). Na União Soviética, em 1918. Na Turquia, em 1927. No Egito, já havia sido adotado para efeitos civis desde 1873, mesma data em que foi aceito no Japão. Na China foi aceito em 1912, para vigorar simultaneamente com o calendário tradicional chinês, até 1928. No Brasil, então colônia de Portugal, que na época estava sob domínio da Espanha, o calendário gregoriano entrou em uso em 1582.
Fonte: CETADEB.com.br & PORTAL SÃO FRANCISCO

Nenhum comentário:
Postar um comentário